Fonte: Rockway | Matéria Origina: TDM por Eduardo Guimarães
Na noite da última sexta-feira, 18, São Paulo recebeu sua primeira dose do veneno derradeiro que o Scorpions está destilando em sua turnê de despedida, “Get Your Sting and Blackout World Tour”. Mas antes de comentar sobre o show, peço licença para contar uma pequena história pessoal.
A primeira vez
Em março de 1994 eu fui pela primeira vez em um show de uma grande banda internacional, na extinta casa de shows Olympia. Essa banda era o Scorpions, que excursionava divulgando o álbum “Face the Heat” e voltava ao Brasil após nove anos. Com 15 anos de idade, aquela foi uma noite memorável, tanto pelo show, quanto pelo sufoco que passei para conseguir chegar ao local sem saber ao certo como fazê-lo. Sem contar a volta, com ônibus errado e peregrinações por ruas desertas.
Passados 16 anos, lá estava eu novamente em um show do Scorpions. Mesmo tendo visto em outras oportunidades anteriores, desta vez o show tinha um gosto especial, e com o encargo de contar para outras pessoas como foi o evento. E ainda que tenha sido uma apresentação sem surpresas, foi muito bom.
Das Fossem
Às 21h00 a entrada do Credicard Hall estava lotada, com filas dando volta na área do estacionamento. A entrada para o público foi liberada somente dez minutos depois e lá dentro, no palco, o trio Das Fossem já recebia os fãs apresentando as músicas que fazem parte do primeiro álbum, entre elas “Somedays” e “Direction”.
Formada por Leo Loebenberg (voz, baixo), Mauricio Cajueiro (guitarra) e Daniel Gohn (bateria), a banda foi bem recebida pelo público que começa a lotar o local. Melhor do que tentar explicar o som da banda é você ouvir: www.myspace.com/dasfossem.
Get Your Sting and... Goodbye
Casa lotada, ansiedade e sorrisos nos rostos. Foi assim que Rudolf Schenker, Klaus Meine, Matthias Jabs, Pawel Maciwoda e James Kottak foram recebidos, às 22h30, quando adentraram ao palco. Quem já viu alguma apresentação do Scorpions - no calor do show ou no conforto de casa - sabe que uma coisa é certeza: a animação e a energia que o quinteto mostra no palco. E assim foi na capital paulista.
Schenker, do alto de seus 62 anos, agita todos os momentos do show, faz pose para os fotógrafos com seus óculos cheios de estilo e suas guitarras “V” da Ferrari e Mercedes Benz. É visível o prazer do músico no palco. A performance do guitarrista é realmente um destaque no show.
Matthias Jabs e Pawel Maciwoda são mais discretos e nem por isso se mostram apáticos. O baixinho Klaus Meine, sempre sorridente, é um exemplo de carisma e continua com a voz em ótima condição. James Kottak também é “uma figura”. Toca muito e ainda interage com a platéia.
Aliás, o baterista norte-americano foi protagonista de um dos momentos mais legais do show. Durante seu solo, o “Kottak Attack”, um vídeo sincronizado passava ao fundo imagens que mostravam Kottak vivenciando as situações das capas dos discos da banda como usando sapatos com hélices que reproduzem o clássico “Fly to the Rainbow”.
Um dos trechos mais engraçados foi com a capa de “Lovedrive”. Kottak aparece entrando em um carro com a bela mulher e depois de um beijo cinematográfico percebe que se trata de uma boneca inflável. Impagável!
Em relação ao repertório, infelizmente aí a banda poderia ter feito um esforço e dado um presente a mais aos fãs. Afinal, esta é a última turnê. O show começou com “Sting in the Tail” e seguiu um roteiro certeiro de sucessos cantados por todos: “Bad Boys Running Wild”, “The Zoo”, “Tease Me, Please Me”, “Big City Nights”, “Wind of Change” e “Loving You Sunday Morning”.
Do disco novo, além da faixa título, tocaram “The Best is Yet to Come” e “Raised on Rock”. No bis, “Still Loving You” e “Rock You Like a Hurricane”. Momentos muito bacanas foram em “Coast to Coast”, “Make it Real” - uma música nem tão conhecida - e na ótima “Dynamite”.
Claro que cada fã tem suas preferências, mas a banda poderia ter lembrado clássicos da primeira fase, como “Picture Life”, “Robot Man” e a belíssima “In Transe”. Nenhuma música do ótimo “Humanity: Hour 1” entrou no repertório.
Ao assistir o show é inevitável a pergunta: mas por que parar? Enquanto outros nomes importantes da história do Metal se arrastam no palco ou fazem intermináveis turnês de despedida, o Scorpions mostrou que o cansaço da estrada não afetou o talento nem o prazer de estar no palco.
Fonte: Rockway
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